18.1.06
Lendo a folhateen, encartada na Folha de SP desta segunda, dia 16, me deparei com a seguinte reportagem: “Sr. Britney divulga o popozão - Dançarino Kevin Federline lança single na internet inspirado no funk carioca”. Ainda lendo a reportagem fiquei sabendo que “Popozão” é o nome da primeira música do marido da Britney, se referindo ao nosso conceito de “popô” mesmo, ou seja, bunda! E mais: “...a alusão ao Brasil vem também na letra (‘em português significa mexa o seu traseiro/ traga essa bunda brasileira para o chão’) e no refrão, que é cantado em um português macarrônico (‘gatchinha sai do chão, vai descende (sic) o popozão)”.
A culpa é da ex-paquita-artista-decadente-com-síndrome-do-pânico Luciana Vendramini, que apresentou ao namorado, um tal de Disco D, a profundidade do funk carioca. Este, influenciou o tal Sr. Spears a interpretar as batidas funqueiras com vocais rappers. Pra variar, o clipe vai ser gravado no Brasil em meio a morros, bailes e pobreza carioca.
“Escreveu tudo isso para quê?” perguntam-se vocês. Escrevi tudo isso para mostrar a minha indignação. Não contra o funk, de forma alguma. É a minha indignação relacionada a essa forma grotesca de mostrar o Brasil para o mundo. Brasil não é Brasil se você não mostra praia, mulata e carnaval. E agora, FUNK! E sabe o que é pior? O pior é que tem gente que se orgulha de mostrar um país assim, faz questão de mostrar toda aquela favela, toda aquela gente pobre e miserável vivendo de forma sub humana. A gente mete o pau nos argentinos, que argentino é isso e aquilo outro, mas a pobreza deles você só vê se for para lá e se meter pelos subúrbios. Você não vê a Argentina mostrando cortiço como forma de “remeter o país às suas raízes do proletariado colonial” como diria qualquer antropólogo brasileiro de merda.
É triste ler o Herchcovitch dizendo "...no exterior, nem sabem direito onde é o Brasil. Eles perguntam 'Nossa, tem moda no Brasil? Tem loira?'. Veja o que enfrentamos lá fora: temos que mostrar a roupa, mas antes, ensinar onde é o país". Eu tenho vergonha da favela, vergonha da pobreza, vergonha dessa gente burra, analfabeta, desse turismo sexual e pedófilo. Vergonha desse carnaval estúpido, dessa rotulação da mulher, dessa gente suada e nojenta se roçando como um bando de animais ao som de uma letra suja. Eu tenho vergonha de saber que sinônimo de música brasileira é, hoje, um “gatchinha sai do chão, vai mexendo o popozão”. E mais vergonha ainda eu tenho dessa elite, dessa burguesia pérfida, imperialista, que compartilha com essa promoção imunda do nosso país. Gente, olha a imagem do nosso país, olha o que levamos para o mundo! Você também não tem vergonha?
Por fim, agradeçam quando um estrangeiro disser que a capital brasileira é Buenos Aires. Muito mais digna que qualquer “Rrrio de Chaneirro”.
A culpa é da ex-paquita-artista-decadente-com-síndrome-do-pânico Luciana Vendramini, que apresentou ao namorado, um tal de Disco D, a profundidade do funk carioca. Este, influenciou o tal Sr. Spears a interpretar as batidas funqueiras com vocais rappers. Pra variar, o clipe vai ser gravado no Brasil em meio a morros, bailes e pobreza carioca.
“Escreveu tudo isso para quê?” perguntam-se vocês. Escrevi tudo isso para mostrar a minha indignação. Não contra o funk, de forma alguma. É a minha indignação relacionada a essa forma grotesca de mostrar o Brasil para o mundo. Brasil não é Brasil se você não mostra praia, mulata e carnaval. E agora, FUNK! E sabe o que é pior? O pior é que tem gente que se orgulha de mostrar um país assim, faz questão de mostrar toda aquela favela, toda aquela gente pobre e miserável vivendo de forma sub humana. A gente mete o pau nos argentinos, que argentino é isso e aquilo outro, mas a pobreza deles você só vê se for para lá e se meter pelos subúrbios. Você não vê a Argentina mostrando cortiço como forma de “remeter o país às suas raízes do proletariado colonial” como diria qualquer antropólogo brasileiro de merda.
É triste ler o Herchcovitch dizendo "...no exterior, nem sabem direito onde é o Brasil. Eles perguntam 'Nossa, tem moda no Brasil? Tem loira?'. Veja o que enfrentamos lá fora: temos que mostrar a roupa, mas antes, ensinar onde é o país". Eu tenho vergonha da favela, vergonha da pobreza, vergonha dessa gente burra, analfabeta, desse turismo sexual e pedófilo. Vergonha desse carnaval estúpido, dessa rotulação da mulher, dessa gente suada e nojenta se roçando como um bando de animais ao som de uma letra suja. Eu tenho vergonha de saber que sinônimo de música brasileira é, hoje, um “gatchinha sai do chão, vai mexendo o popozão”. E mais vergonha ainda eu tenho dessa elite, dessa burguesia pérfida, imperialista, que compartilha com essa promoção imunda do nosso país. Gente, olha a imagem do nosso país, olha o que levamos para o mundo! Você também não tem vergonha?
Por fim, agradeçam quando um estrangeiro disser que a capital brasileira é Buenos Aires. Muito mais digna que qualquer “Rrrio de Chaneirro”.