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30.11.04


LIVROS TOSCOS, REALIDADES TÓRRIDAS

Eu comecei a ler “Medo da Vida”, um livro de psicologia, escrito por um cara que, pela lei da obviedade [existe essa palavra???] deve ser um psicólogo...

Na página 32 eu parei e quase joguei aquela porra no lixo. Se eu lesse mais umas cinco páginas, eu me tornaria tão neurótica quanto as pessoas que o cara analisou pra escrever aquela droga. Puta livro depressivo! Pro cara, todo mundo é doente, todo mundo tem complexo de Édipo, todo mundo tem seqüelas psicossomáticas por causa do pai, da mãe, do vizinho, da tia da cunhada da sogra da prima da irmã da amiga do vendedor de pamonha...

Eu fico imaginando cada livro estúpido que essa gente toda que faz Psicologia tem de ler ao longo do curso. Aliás, não me admira que os Psicólogos sejam todos loucos e complexados: tendo de ler livros como esse, até eu ficaria. Aliás, eu já estava ficando, por isso, parei. Sorte a minha que, o máximo do trash que eu tinha de ler na faculdade era alguma coisa do Donald Trump dizendo como era fácil ficar rico e como manter um cabelo tão engomado quanto o dele...

Fui terminar de ler um Sidney Sheldon que tava abandonado na minha gaveta...

Tá, eu sei... Sidney Sheldon é tão bosta quanto Paulo Coelho. Blá blá blá! Mas foi um livro que eu ganhei. Não ia jogar fora... Fui ler. Parei... Fui ler de novo... Parei outra vez... E nessas de lê-um-pouco-aqui, um-pouco-ali, mais-um-pouco-num-sei-aonde, eu fui chegando ao final e acabei esquecendo de ler o resto. O que eu acho legal nas histórias do Sidney Sheldon é que elas estão sempre recheadas de ódio, intrigas, poder, dinheiro, sexo... e sempre tem uma pobre coitada lá, que alguém achou que seria legal chamar de heroína, se fodendo o livro inteiro até ter um final triunfal [e feliz!] junto com o bonitão bronzeado e de queixo grande...

Ou seja, se o Sidney Sheldon fosse brasileiro, ele seria escritor de novela. Isso é fato!

Meu pai gostava dele. Aliás, antes do meu pai se chafurdar nos estudos bíblicos, eu sempre o via perambulando pela casa com um livro do Sheldon aqui, outro livro do Irving Wallace ali... Era o que ele sempre lia. Concordo que era uma mega literatura trash, mas foi isso que fez com que eu criasse esse noooooobre ato da leitura... Uma vez, eu peguei um que ele tinha acabado de ler chamado “A Segunda Dama”. Eu tinha uns 11 anos e queria porque queria ler aquele livro e meu pai não deixava. Até que um dia eu peguei aquela porcaria sem ele ver e comecei a ler. O livro não tinha nada demais, até chegar no capítulo final e eu ler uma meeeeeega cena de sexo sendo narrada detalhadamente pelo autor. Simplesmente.... BI – SO – NHO!

Lembro até hoje do que meu pai disse no dia em que descobriu que eu havia lido o livro: “MALDITA HORA EM QUE EU TE ALFABETIZEI!!!”. Como se a escola não fosse fazer isso...

Só sei que, com 11 anos de idade eu caí na real e comecei a entender o porquê das pessoas fazerem sexo. Eu sabia muito bem que o coelhinho da páscoa não existia, que o Papai Noel era o MEU pai e depois de ser jogada a uma realidade tão nua e crua, era óbvio que eu sabia muito bem de onde vinham os bebês...

Eu imaginava que sexo era puramente o lance mesmo do... papai-mamãe. Só que, depois de cenas tão detalhadas lidas naquele livro, comecei a pensar que fazer sexo devia mesmo ser algo realmente interessante...

Mas... do que é que eu estava falando mesmo? Ah! Do maldito livro de Psicologia!!! Pois é... puta livro bosta. Se bem que... Quer saber? Não vou falar daquela porcaria, não... Vou falar do dia em que eu contei pro meu irmão que as crianças não vinham da cegonha e muito menos de dentro do repolho...



...e eu contei inspirada no livro do Irvin Wallace!!!

Tá bom, tá bom... vou poupar vocês dessa história cretina...