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26.10.04


REFLEXÕES BARATAS. POSTS SEM SENTIDO

Eu estava com um fone enorme nos meus ouvidos. Me sentia como aquele personagem Marciano dos desenhos do Pernalonga. O som que entrava pelos meus ouvidos era mais que uma simples música. Eu fui sim, levada para um outro lugar, onde as peças do quebra-cabeças que eu montavam eram os tijolos que constituíam o chão. Uma versão psicodélica de "O mágico de Oz" ??? Não. "O mágico de Oz" me faz lembrar de "The Dark Side Of The Moon" do Pink Floyd e, apesar de eu até gostar de Pink Floyd, eles me lembram aquelas malditas bandas de rock progressivo e isso, definitivamente, não deveria fazer parte do meu sonho.

Fiquei pensando que o ano tá acabando e eu só fiz coisas inúteis. Não terminei de montar aquele quebra-cabeça do Panini. Mas mandei enquadrar aquele do mapa-múndi que estava há meses embaixo da minha cama. Comprei uma saia de duzentos reais... um afronte a mim mesma, uma vez que eu sou uma assalariada e com esse dinheiro eu podia comprar tantas outras coisas mais úteis. Mas não. Eu gastei duzentos reais numa única peça de roupa. Mas eu nunca tinha feito isso na minha vida. E me senti muito bem. Segundo a minha teoria, ninguém vale mais que um real, mas eu, com aquela saia, valho duzentos... rs...

Saí do banho hoje de manhã e como milagrosamente eu acordei um pouco mais cedo que o normal, pude me dar o luxo de ficar pelada na frente do espelho ao invés de me vestir em menos de cinco minutos, como eu faço normalmente. Fiquei me olhando de lado. Eu tô barriguda. Tô parecendo uma grávida. Sim, sim... aqueles malditos quatro quilos estão todos concentrados aqui, nesse abdômen sedentário.... Encolhi a barriga. O peito foi lá pra frente. Fiquei parecendo uma pomba. Soltei a barriga. Fiquei parecendo o Homer Simpson, só que com muito mais cabelo. Resolvi me olhar de frente. Era bem mais agradável. Encolhi a barriga de novo. Aí foi legal porque eu fiquei com uma cinturinha bacana. Mas já tava me dando frio e eu resolvi vestir minha roupa.

As pessoas se incomodam com a minha bolsa. Já percebi isso. Uma das minhas melhores amigas não se conforma de me ver andando com uma bolsa a tiracolo com a alça no limite máximo, ou seja, com a bolsa propriamente dita pouco abaixo dos meus joelhos. Não. Eu não ligo. E vou continuar andando com ela lá. Minha amiga, em compensação, tá passando por uma crise das brabas no namoro. Já falei que o dia que ela der pro namorado, tudo se resolve. Aquele cara vai pro céu porque não é qualquer um que agüenta namorar 7 anos sem comer a namorada. Mas eu fui obrigada a dizer pra ela: "Amiga, diante disso tudo que você tá me contando, eu só posso concluir uma coisa: ele te ama, você é a mulher com quem ele provavelmente vai se casar mas é inocência sua acreditar que ele não coma outra. Pelo menos, de vez em quando".

Eu senti o tapa na cara, mas ele não veio. Ela me olhou com um olhar de ódio misturado com decepção por, talvez, estar ouvindo aquilo que ela já desconfiava que deveria estar acontecendo. Depois, ela abaixou a cabeça e acho que compreendeu que eu fui sincera. Ouvir a verdade é foda, mas é necessário.

Fiquei feliz por estar sozinha e poupar a mim mesma desses problemas de relacionamento.

Voltei pra minha mesa. Não conseguia mais trabalhar. Fiquei pensando num pôster do Elvis que eu vi numa loja, ali no centro da cidade. Ver aquele pôster me fez pensar em toda a decoração do apartamento que eu espero, no futuro, ter. O engraçado é que eu nunca havia parado pra pensar nisso. Imaginei a sala com as paredes cobertas de pôsters. E com muitas roupas jogadas pelo chão... Depois pensei que, se eu morasse sozinha, eu teria de fazer compras no supermercado. E me dei conta de que eu não faço idéia de quanto custe um pacote de açúcar, por exemplo.

Foi então que veio a grande idéia: e se eu comprasse só miojo?