29.8.04
EM BUSCA DE UM ANALISTA
Eu devia realmente ter parado com esse negócio de blog. Na verdade, eu deveria ser afastada de toda a tecnologia e ter apenas uma máquina de escrever no meu posto de trabalho. Eu achava que tinha controle. Que EU era mais forte. Porém, definitivamente, eu sucumbi aos prazeres de um monitor, teclado e modem e agora me encontro aqui, frente ao terror da tela branca do Word, me preocupando com o que é que eu vou escrever.
Talvez num futuro próximo, a nova leva de psicanalistas formados pelas mais diversas universidades do país, tenham no decorrer do seu curso alguma matéria com estudos voltados ao fenômeno da inclusão digital. Assim como uma droga, a tecnologia seria estudada como mais um dos artifícios utilizados pela raça humana para a fuga da realidade.
Pesquisas e mais pesquisas seriam realizadas. Teses e mais teses levantadas. Todas, tentando de alguma maneira desvendar esse fenômeno do comportamento humano. Eu mesma percebi que eu acumulei uma série de conhecimentos que eu jamais teria, não fosse o fato de eu estar inserida nesse mundo internético. Percebi também que meus amigos “reais” tem uma vida social muito mais ativa que a minha. Que grande parte dos garotos com quem eu fiquei nos últimos meses eu conheci pela internet. E que 80% do meu núcleo atual de amigos consiste em pessoas que também fazem parte desse mundo, de alguma forma.
Eu não acho isso ruim, pra ser sincera. Mas eu tenho plena consciência de que eu sou uma pessoa que não consegue manter nada sob controle. Eu sou a pessoa do “extremo”: eu fumo demais, eu bebo demais, eu como demais, eu trabalho demais, eu gosto demais, eu brigo demais... e eu também sou propensa a vícios. E o que é pior: vícios dos mais vagabundos.
Junta-se então uma vida extremada e uma propensão inata a viciar-se em alguma coisa... e tem-se EU! Uma potencial participante de alguma terapia que ainda será criada, para algum quadro clínico-psiquiátrico que ainda não existe...
Me senti uma fraca por não ter conseguido terminar com o blog. Fraca mesmo! Tipo a alcóolatra que não resiste ao gole. Que sente a mão tremer e, assim como o bêbado que olha pro copo e sente água na boca, eu olho para o computador e sinto um imã me puxando até ele e me fazendo ligar estabilizador, CPU e colocar a senha pra entrar na máquina...
O pior é que a minha mente tem idéias, idéias e mais idéias! Mas o corpo não executa! O corpo não acompanha! Existe uma grande lacuna entre meu corpo e minha mente. Se meu corpo tivesse o mesmo ritmo da minha cabeça, eu diria pra vocês que meu corpo daria inveja a qualquer Ellen Roche. Obviamente, estou bem longe de ter um corpo lindo e perfeito como o dela... mas eu duvido que ela saiba fazer joguinhos em Flash!!! Rá!
Tudo bem. Comparação estúpida!
Ontem eu tava dando uma volta nos canais de TV e peguei o começo daquele programa da Marina Person, “Meninas Veneno”. Eu, sinceramente, odeio MUITO aquele programa. Nunca consegui assistir nenhum até o final. Ás vezes até que surgem uns assuntos bacanas ali. Mas eu fico extremamente irritada com aqueles participantes “tipicamente paulistanos”, forçando um sotaque que a gente não tem, e dando opiniões vazias e idiotas de gente que nunca leu, sequer, um livro na vida.
Aí, eu ouço a Marina falando que fulana era bonita, tinha um metro e setenta e cinco de altura, era carinhosa, inteligente, independente, blás blás e blás... e que ela não conseguia encontrar nenhum cara que estivesse afim de namorar com ela! Das duas uma: ou a mina era muito exigente, ou ela era muito chata. Porque bonita ela era. E deveria mesmo ser todas as outras coisas que a Marina falou...
Não assisti o restante do programa. Mas aquilo fez com que eu me sentisse um pouco aliviada... porque eu vi que até uma menina linda como ela passava pelas mesmas crises existenciais-amorosas que eu! E o que é pior: ia num programa tosco daquele expôr isso. Eu, procuraria um analista... Enfim... eu sempre imaginei que as coisas eram bem mais fáceis pras meninas bonitas. Que se eu fosse bonita, talvez eu tivesse um emprego melhor ou um namorado, quem sabe. Mas eu acho que o negócio vai além disso...
Porque se o problema fosse só esse, a tal garota teria caras e mais caras aos pés dela...
Qual o problema então?
Eu devia realmente ter parado com esse negócio de blog. Na verdade, eu deveria ser afastada de toda a tecnologia e ter apenas uma máquina de escrever no meu posto de trabalho. Eu achava que tinha controle. Que EU era mais forte. Porém, definitivamente, eu sucumbi aos prazeres de um monitor, teclado e modem e agora me encontro aqui, frente ao terror da tela branca do Word, me preocupando com o que é que eu vou escrever.
Talvez num futuro próximo, a nova leva de psicanalistas formados pelas mais diversas universidades do país, tenham no decorrer do seu curso alguma matéria com estudos voltados ao fenômeno da inclusão digital. Assim como uma droga, a tecnologia seria estudada como mais um dos artifícios utilizados pela raça humana para a fuga da realidade.
Pesquisas e mais pesquisas seriam realizadas. Teses e mais teses levantadas. Todas, tentando de alguma maneira desvendar esse fenômeno do comportamento humano. Eu mesma percebi que eu acumulei uma série de conhecimentos que eu jamais teria, não fosse o fato de eu estar inserida nesse mundo internético. Percebi também que meus amigos “reais” tem uma vida social muito mais ativa que a minha. Que grande parte dos garotos com quem eu fiquei nos últimos meses eu conheci pela internet. E que 80% do meu núcleo atual de amigos consiste em pessoas que também fazem parte desse mundo, de alguma forma.
Eu não acho isso ruim, pra ser sincera. Mas eu tenho plena consciência de que eu sou uma pessoa que não consegue manter nada sob controle. Eu sou a pessoa do “extremo”: eu fumo demais, eu bebo demais, eu como demais, eu trabalho demais, eu gosto demais, eu brigo demais... e eu também sou propensa a vícios. E o que é pior: vícios dos mais vagabundos.
Junta-se então uma vida extremada e uma propensão inata a viciar-se em alguma coisa... e tem-se EU! Uma potencial participante de alguma terapia que ainda será criada, para algum quadro clínico-psiquiátrico que ainda não existe...
Me senti uma fraca por não ter conseguido terminar com o blog. Fraca mesmo! Tipo a alcóolatra que não resiste ao gole. Que sente a mão tremer e, assim como o bêbado que olha pro copo e sente água na boca, eu olho para o computador e sinto um imã me puxando até ele e me fazendo ligar estabilizador, CPU e colocar a senha pra entrar na máquina...
O pior é que a minha mente tem idéias, idéias e mais idéias! Mas o corpo não executa! O corpo não acompanha! Existe uma grande lacuna entre meu corpo e minha mente. Se meu corpo tivesse o mesmo ritmo da minha cabeça, eu diria pra vocês que meu corpo daria inveja a qualquer Ellen Roche. Obviamente, estou bem longe de ter um corpo lindo e perfeito como o dela... mas eu duvido que ela saiba fazer joguinhos em Flash!!! Rá!
Tudo bem. Comparação estúpida!
Ontem eu tava dando uma volta nos canais de TV e peguei o começo daquele programa da Marina Person, “Meninas Veneno”. Eu, sinceramente, odeio MUITO aquele programa. Nunca consegui assistir nenhum até o final. Ás vezes até que surgem uns assuntos bacanas ali. Mas eu fico extremamente irritada com aqueles participantes “tipicamente paulistanos”, forçando um sotaque que a gente não tem, e dando opiniões vazias e idiotas de gente que nunca leu, sequer, um livro na vida.
Aí, eu ouço a Marina falando que fulana era bonita, tinha um metro e setenta e cinco de altura, era carinhosa, inteligente, independente, blás blás e blás... e que ela não conseguia encontrar nenhum cara que estivesse afim de namorar com ela! Das duas uma: ou a mina era muito exigente, ou ela era muito chata. Porque bonita ela era. E deveria mesmo ser todas as outras coisas que a Marina falou...
Não assisti o restante do programa. Mas aquilo fez com que eu me sentisse um pouco aliviada... porque eu vi que até uma menina linda como ela passava pelas mesmas crises existenciais-amorosas que eu! E o que é pior: ia num programa tosco daquele expôr isso. Eu, procuraria um analista... Enfim... eu sempre imaginei que as coisas eram bem mais fáceis pras meninas bonitas. Que se eu fosse bonita, talvez eu tivesse um emprego melhor ou um namorado, quem sabe. Mas eu acho que o negócio vai além disso...
Porque se o problema fosse só esse, a tal garota teria caras e mais caras aos pés dela...
Qual o problema então?