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22.4.04


E DEPOIS DA COLAÇÃO DE GRAU...

... vem uma bela de uma ressaca. Mas é uma ressaca boa, viu! E como! Porque a minha colação foi foda, foda, foda!!!

A começar pelo ensaio da colação, evento esse que fez o favor de permitir com que todo mundo pudesse faltar no trabalho com uma bela de uma justificativa.

E no carro, indo rumo ao Via Funchal naquele horário suuuuuuper tranqüilo em São Paulo, que vai das sete às nove da manhã, eu, o Massa, a Margarida, o Sabuguinho e a Rê. É claro que a gente foi pulando no carro, gritando nos túneis, fumando e fechando as janelas só pra atentar o pobre do Sabuguinho [que parou de fumar há duas semanas e três dias], cantando as músicas com o maior volume vocal possível, tacando bolinha de papel uns nos outros... sim... o perfeito jardim da infância...

E o ensaio foi legal. Eu, particularmente, não prestei atenção em nada. Apenas fiquei rindo, conversando com os amigos e indo procurar cantinhos perdidos pra poder fumar escondido [já que no palco a gente não podia fumar]. Peguei minha beca, fui aprender a vestí-la... troquei meu capelo umas 5 vezes... peguei o smoking do meu pai [que será meu padrinho] e, sinceramente... tava foda carregar tudo aquilo!

Mais foda ainda foi almoçar só às duas da tarde... cheguei em casa moooooooorta de cansaço e nem fui na tal manicure que minha mãe havia marcado pra mim... dormi até as seis da tarde e acordei com todo mundo de casa pronto pra ir pra colação. Menos eu.

E colação tem toooooooda aquela coisa... tava uma baita muvuca lá na entrada! Eu fui terminando de arrumar a minha beca na calçada e só fui aprender a dar o nó na minha faixa na hora da fila... nesses momentos, você se sente pior do que noiva: todo mundo vem te cumprimentar, tinha gente que eu nem sabia que me conhecia dando “oi” e meus pais, tadinhos... estavam mais perdidos que cego em tiroteio...

Aí a gente tá lá no palco, começa a música e tal... a gente já tava gritando e fazendo a “holla” antes mesmo da cortina abrir... mas quando o negócio começou efetivamente e veio uma baita chuva de papel na gente, todo mundo começou a pular, gritar, cantar junto... muito foda!

Quando o nosso paraninfo entrou também, foi aquela zona. Todo mundo gritando “Puga! Puga! Puga!”. Ele tava muito feliz!!! Inclusive, eu entreguei uma homenagem pra ele. Nem sabia que eu ia entregar... na hora que o Mestre de Cerimônias falou meu nome, eu ainda fiquei boiando uns minutos até alguém me empurrar e falar: “Vai lá! É você!!!”. Tipo... *a non-sense*.

Ponto alto da festa: o paraninfo de Comunicação Social [que não é mongo como o orador], chegando no púlpito e começando...

Prof. Lira: Eu queria falar um poema de Carlos Drummond de Andrade nesse momento, mas eu acho que eu não vou conseguir...

E o cara começou a desabar de tanto chorar! Vocês não tem idéia!!! O cara chorou muito, mas muito mesmo... assim... de soluçar, sabe? Passou uns minutos, ele conseguiu se acalmar um pouco mas, ainda soluçando, ele voltou ao microfone e disse:

Prof. Lira: Desculpa... eu tô muito emocionado mesmo... é que... sei lá... esse é um tipo de festa que deixa o pai e a mãe da gente muito orgulhoso... é uma festa dos alunos, mas é uma festa... dos... pais... e... e... sei lá... eu fico feliz que vocês possam ver a formatura dos seus filhos porque... porque meu pai não pode ver a minha...

Meu... eu tava me acabando de chorar nessa hora. Muito! Chorei muito! Foi demais! Ele foi o cara que menos falou e que mais emocionou... sem comentários... Mega foda!

Enquanto isso tudo ia rolando, os fotógrafos iam passando pela gente e nos fazendo tirar aquelas fotos mega toscas, tipo... mão estendida, fingindo o juramento, segurando o canudo meio assim, de lado... essas coisas... eu me recusei a tirar fotos assim! Fiz careta em todas!

E na hora de receber meu canudo... lá estava eu, no palco, na minha hora, com o sorriso de orelha a orelha, enquanto os meus amigos gritavam “Maria! Maria! Maria” e peguei meu certificado com o maior orgulho do mundo! Porque foram quatro anos muito fodidos, onde eu deixei de fazer muita coisa, me ferrei muito pra bancar mas que... sei lá... não haverá dinheiro no mundo que pague ter vivido esses quatro anos de faculdade...

Fim da colação. Bexigas caindo, mais papel picado, confete, serpentina, todo mundo subindo nas cadeiras, indo pro meio do palco, pulando com os professores... e é claro, cartazes toscos como: “Vendo HP12C e livros de estatística”, ou “Alguém gravou a novela” e também “Mãe, acorda o pai!”. Coisas básicas de universitário com titica de galinha na cabeça!!! Uhauhauhauhauhauahuah!!!

Hora da balada. A gente deixa o pai e a mãe em casa, troca de roupa e vai tomar todas!!!

Todo mundo reunido de novo, os bons e velhos amigos de sempre. Eu fiquei muito louca, tirei as fotos mais perversas, porque já tava todo mundo bêbado mesmo, então... FOCÓF!!!

O Sr. Maicolino, aka careca perfeito também estava lá, mais lindo do que nunca, com a sua velha e boa garrafinha de água na mão. Eu já sabia que ele não ia querer nada comigo [Lembram-se? Ele não gosta de meninas que bebem nem que fumam], então nem investi nem nada. Se bem que... ele tava tão lindo, mas tão lindo naquela noite que eu até faria uma forcinha pra ficar sem fumar, só pra poder dar uns beijos naquele careca lindo...

Mas eu tirei uma casquinha... ah, sim... tirei mesmo! A desculpa era a foto!!!

Fim de festa. Habib´s pra matar a larica da noite. Sono até às duas da tarde. Um pouco de dor-de-cabeça... a péssima sensação de saber que amanhã tenho de acordar cedo de novo, trabalhar... é... fica um vazio sabe...

Nessas horas eu penso e desejo que o baile não aconteça nunca. Porque parece que, depois dele, vai ser, definitivamente, o fim.

E é ruim pensar nisso...