26.3.04
UNTITLED
Eu, ouvindo a fita da banda [É, a gente tem fita! Num tem essa de CD não! A gente é underground até no tipo de gravação...] e meu irmão se aproxima e me pergunta:
Fornocker: Você já definiu o som dessa sua banda?
Na verdade o nosso som é meio que... ah, sei lá. Não-definido* temporariamente. Mas o que importa é a atitude! E eu sei que quando a gente ficar famoso, o nosso baixista vai ser o “good boy” da banda e vai sair na capa de revistas como “Capricho” e afins. Ele será o nosso chamariz para o público teenager, que só servirá mesmo para consumir nossos produtos. No fundo, no fundo, a gente vai execrar essa raça! É que baixistas são bonzinhos. E o nosso não foge à regra.
Já o guitarrista... bom, esse atrairia todo um público cult pra nossa banda, até porque as letras são bem idealizadas, o cara tem toda uma postura culturalmente estruturada e, além de tudo... É O GUITARRISTA! E guitarristas costumam se destacar bastante mesmo...
Nossa vocal atrairia uma grande massa de meninas e meninos indies. Sim, porque ela tem todo um estilo alternativo, faz um faculdade onde tem gente alternativa, mora num lugar mega alternativo e tem até voz de vocalista alternativa. Aliás, por ser a vocalista, ela seria a principal responsável por transmitir um espírito alternativo à identidade da banda.
E eu, como baterista, seria como todos os baterista são: largados, raivosos, junkies e violentos. Eu toparia com o Oswaldo Montenegro nos bastidores de algum show e paritiria pra cima dele pra descontar toda a raiva que eu tenho por ele ter feito aquela maldita música do “eu amava, como amava um cantor....”. Eu quebraria quartos de hotéis, teria casos de amor polêmicos, seria presa umas três vezes e depois, demitida da banda por mau-comportamento...
Nosso primeiro álbum seria lançado por algum selo independente com nome esquisito, venderia poucas cópias e se tornaria uma grande sensação em locais como “Galeria Ouro Fino” e “Unesp”. A gente seria chamado pra participar do programa do Kid Vinil, tocaríamos em festivais totalmente under e em pouco tempo, seríamos a sensação do público esquisito de São Paulo.
E no dia em que a gente ganhasse um VMA’s como “Melhor Banda Revelação”, iríamos fazer um discurso raivoso, mandando toda aquela raça comercial à merda. Mas aceitaríamos nosso prêmio, claro!
Até o nosso guitarrista desfazer a banda, montar outra e me chamar pra tocar de novo. Pretensão minha querer comparar nossa futura história com o destino dos Pumpkins. Mas eu acho isso meeeeeeeega cool!
* * *
Ele: Você é uma anárquica!
Eu: Vai tomar no seu cu!
Ele: Você devia fazer parte da UNE!
Eu: E ficar fazendo carteirinha de estudante? Nem fodendo!
Ele: Hey! Existe a palavra “anárquica”?
Eu: Huuuuuum... eu acho que não... acho que o certo é “anarquista”.
Ele: Então você é uma anarquista!
Eu: Olha aqui: anarquista é o caralho! Eu sou uma pessoa séria e tenho compostura! Veja: eu uso roupa social e tudo! Eu sou uma vendida ao capitalismo! Eu acho o FMI é legal! Eu quero ganhar dinheiro e ter carro importado! Meu sonho é trabalhar na bolsa de valores!!!
Ele: Rá rá rá! A quem você acha que engana!? Eu tenho certeza que você tem uma camiseta com aquela foto clássica do Che Guevara!
Ai, meu Deus! Porque é que eu fui pedir o isqueiro pra esse pseudo-comunista?
Eu: Amigo: olhe bem nos meus olhos... Tá olhando? Agora ouça bem: EU A – DO – RO O MC DONALD’S!
Ele: . . .
E eu dei aquela olhadinha sarcástica, como se dissesse: “Tá vendo só?”
Ele: Então tchau, né?
Ié! Ié! Iééééééééééé!!!
Nessas horas eu percebo a capacidade que eu tenho de atrair cara cretino!
Bom, apesar de eu realmente ser uma vendida ao capitalismo, eu não quero trabalhar na bolsa de valores. Ganhar dinheiro eu até quero... mas num preciso de um carro importado, não... Eu quero é um jipe! Sim!!! Um jipe eu quero muito!!! Daqueles verdes, bem velhões, saca? Imagina só: eu, de salto, tailleur e pastinha, toda pseudo-executiva, descendo de um jipão véio do tempo da pedra? Uauahuahuahuahauha!!! Coooooool!!!
E eu dei uma mega atualizada na minha lista de amigos que tava bem largada. Tirei de lá um povo que abandonou os blogs, coloquei os links de um pessoal bacana que eu passei a ler e mantive, é claro, aqueles que eu já leio normalmente [apesar de não comentar com tanta freqüência...].
O foda é você entrar no blog daquela pessoa que você achava que seria seu amigo pra sempre e... ver que o cara tirou seu link de lá. Não que eu faça questão... mas... tipo... fiquei chateada. Vou tirar a foto que eu tenho com ele do meu mural. Num merece mais estar lá.
Detesto me decepcionar com as pessoas. Detesto, porque eu ainda sou daquelas que acredita que todo mundo é bom e legal. E só me fodo por isso.
*thanks Aninha. Eu sou uma anta. "Indefectível" num tem nada a ver...
Eu, ouvindo a fita da banda [É, a gente tem fita! Num tem essa de CD não! A gente é underground até no tipo de gravação...] e meu irmão se aproxima e me pergunta:
Fornocker: Você já definiu o som dessa sua banda?
Na verdade o nosso som é meio que... ah, sei lá. Não-definido* temporariamente. Mas o que importa é a atitude! E eu sei que quando a gente ficar famoso, o nosso baixista vai ser o “good boy” da banda e vai sair na capa de revistas como “Capricho” e afins. Ele será o nosso chamariz para o público teenager, que só servirá mesmo para consumir nossos produtos. No fundo, no fundo, a gente vai execrar essa raça! É que baixistas são bonzinhos. E o nosso não foge à regra.
Já o guitarrista... bom, esse atrairia todo um público cult pra nossa banda, até porque as letras são bem idealizadas, o cara tem toda uma postura culturalmente estruturada e, além de tudo... É O GUITARRISTA! E guitarristas costumam se destacar bastante mesmo...
Nossa vocal atrairia uma grande massa de meninas e meninos indies. Sim, porque ela tem todo um estilo alternativo, faz um faculdade onde tem gente alternativa, mora num lugar mega alternativo e tem até voz de vocalista alternativa. Aliás, por ser a vocalista, ela seria a principal responsável por transmitir um espírito alternativo à identidade da banda.
E eu, como baterista, seria como todos os baterista são: largados, raivosos, junkies e violentos. Eu toparia com o Oswaldo Montenegro nos bastidores de algum show e paritiria pra cima dele pra descontar toda a raiva que eu tenho por ele ter feito aquela maldita música do “eu amava, como amava um cantor....”. Eu quebraria quartos de hotéis, teria casos de amor polêmicos, seria presa umas três vezes e depois, demitida da banda por mau-comportamento...
Nosso primeiro álbum seria lançado por algum selo independente com nome esquisito, venderia poucas cópias e se tornaria uma grande sensação em locais como “Galeria Ouro Fino” e “Unesp”. A gente seria chamado pra participar do programa do Kid Vinil, tocaríamos em festivais totalmente under e em pouco tempo, seríamos a sensação do público esquisito de São Paulo.
E no dia em que a gente ganhasse um VMA’s como “Melhor Banda Revelação”, iríamos fazer um discurso raivoso, mandando toda aquela raça comercial à merda. Mas aceitaríamos nosso prêmio, claro!
Até o nosso guitarrista desfazer a banda, montar outra e me chamar pra tocar de novo. Pretensão minha querer comparar nossa futura história com o destino dos Pumpkins. Mas eu acho isso meeeeeeeega cool!
* * *
Ele: Você é uma anárquica!
Eu: Vai tomar no seu cu!
Ele: Você devia fazer parte da UNE!
Eu: E ficar fazendo carteirinha de estudante? Nem fodendo!
Ele: Hey! Existe a palavra “anárquica”?
Eu: Huuuuuum... eu acho que não... acho que o certo é “anarquista”.
Ele: Então você é uma anarquista!
Eu: Olha aqui: anarquista é o caralho! Eu sou uma pessoa séria e tenho compostura! Veja: eu uso roupa social e tudo! Eu sou uma vendida ao capitalismo! Eu acho o FMI é legal! Eu quero ganhar dinheiro e ter carro importado! Meu sonho é trabalhar na bolsa de valores!!!
Ele: Rá rá rá! A quem você acha que engana!? Eu tenho certeza que você tem uma camiseta com aquela foto clássica do Che Guevara!
Ai, meu Deus! Porque é que eu fui pedir o isqueiro pra esse pseudo-comunista?
Eu: Amigo: olhe bem nos meus olhos... Tá olhando? Agora ouça bem: EU A – DO – RO O MC DONALD’S!
Ele: . . .
E eu dei aquela olhadinha sarcástica, como se dissesse: “Tá vendo só?”
Ele: Então tchau, né?
Ié! Ié! Iééééééééééé!!!
Nessas horas eu percebo a capacidade que eu tenho de atrair cara cretino!
Bom, apesar de eu realmente ser uma vendida ao capitalismo, eu não quero trabalhar na bolsa de valores. Ganhar dinheiro eu até quero... mas num preciso de um carro importado, não... Eu quero é um jipe! Sim!!! Um jipe eu quero muito!!! Daqueles verdes, bem velhões, saca? Imagina só: eu, de salto, tailleur e pastinha, toda pseudo-executiva, descendo de um jipão véio do tempo da pedra? Uauahuahuahuahauha!!! Coooooool!!!
E eu dei uma mega atualizada na minha lista de amigos que tava bem largada. Tirei de lá um povo que abandonou os blogs, coloquei os links de um pessoal bacana que eu passei a ler e mantive, é claro, aqueles que eu já leio normalmente [apesar de não comentar com tanta freqüência...].
O foda é você entrar no blog daquela pessoa que você achava que seria seu amigo pra sempre e... ver que o cara tirou seu link de lá. Não que eu faça questão... mas... tipo... fiquei chateada. Vou tirar a foto que eu tenho com ele do meu mural. Num merece mais estar lá.
Detesto me decepcionar com as pessoas. Detesto, porque eu ainda sou daquelas que acredita que todo mundo é bom e legal. E só me fodo por isso.
*thanks Aninha. Eu sou uma anta. "Indefectível" num tem nada a ver...