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22.3.04


HIPPIES SUJOS. BARBUDOS MEIGOS.

Ensaio produtivo essa semana. Pelo menos pra mim. Consegui tocar umas quatro músicas [com uma quantidade de erros bem menor que no ensaio anterior], reflexo de eu ter ficado com a gravação do último ensaio.

Meu irmão agora acha que o nosso som é “legalzinho”. Sim, porque antes ele achava uma bosta. Veja como adolescentes são altamente influenciáveis: eu tava ouvindo a fita antes de ir pro ensaio, pegando umas últimas baterias, quando dois amigos dele que estavam lá ouviram umas músicas. E gostaram. Resultado: uma opinião mais “amena” do meu irmão sobre o som da banda... Apesar dele ainda achar que as baterias que eu faço são uma droga... Tá bom, elas não são lá essas coisas, mas... também não chegam ao ápice do trash!

E é muito bom sair com aqueles seus amigos mega fodas, aka Lazarento Mór, Amélia da Cruiz, Dona Gabindie e Mr. Lambreta. Sim, porque toda vez que saímos juntos há uma explosão de idéias, comentários, frases e situações absolutamente non sense que jamais existiriam em companhia de outras pessoas.

* * *

1 - Cello e eu indo ver a exposição de Picasso, no Ibirapuera

Vendo todas aquelas obras, chegamos a conclusão de que Picasso era um cara doente. Sim. Ele é o “sem noção mór”.

Conforme andávamos pelo salão de exposição, parte da história do pintor era contada. E nessa história, incluíam-se as várias mulheres que passaram pela vida dele...

Cello: Picassso era um baita putanheiro.

Eu: Sim, ele era.

Cello: Ele é meu ídolo!

Passamos por uma foto clássica: Picasso com Jean-Paul Sartre, Albert Camus, Simone de Beauvoir entre outros artistas, em sua casa. Olhamos para aquela imagem boquiabertos e começamos com os devaneios...

Eu: Cello, eu imagino que, num futuro distante, tipo... daqui uns cem anos, seus desenhos estarão expostos numa mostra como essa... e vai ter uma foto sua, comigo, com a Amélia e com outros de nossos amigos... e alguém, como nós agora, vai passar pela foto e vai dizer: “Nossa! Olha só! O Cello com a Endora, com a Amélie!!!”. Tipo... talvez um dia a gente e mais uma penca de outros blogueiros se torne referência histórica do modo de vida dos jovens do início do século 21... talvez sejamos objeto de estudo de aulas de antropologia...

Cello: Eu imagino que a foto que estará nessa exposição vai ser aquela do “I Santo André’s Indie Festival”!!!

E a gente ficou rindo disso durante uns 5 minutos!

* * *

2 – Charme Paulista e Hippies imundos

E a gente foi pro Charme Paulista, onde a Gabizuda nos esperava. Tudo seria perfeito, se não fossem os hippies imundos enchendo o saco...

Hippie-imundo-e-com-tique-nervoso: E aê pessoal! Beleza? Então... assim... Tô divulgando o meu trabalho, sabe...?

E nos mostrou um teco de madeira com uns brincos pendurados...

Hippie-imundo-e-com-tique-nervoso: Então... assim... queria saber se vocês não querem me ajud...

Todo Mundo: Não!

Mas o hippie era insistente e gostou da Gabi. Perguntou o signo dela, fez uma florzinha, ali... na hora... e deu pra ela de presente...

Hippie-imundo-e-com-tique-nervoso: Então... assim... tipo... vocês num podem nem me dar uma moedinha...?

Todo Mundo: Não!

Hippie-imundo-e-com-tique-nervoso: Tipo... pô! Então descola aê um cigarro desse aí pra mim...

Eu: Tá bom! Cigarro a gente dá...

E o podrão foi embora. Mas eu acho que a gente realmente tava nas graças dos hippies e no meio de uma história meeeeega empolgante que eu tava contando, aparece um outro...

Hippie-entrão: Ooooooooi pessoal! Tudo bem?

Todo mundo: . . .

Hippie-entrão: Ow... foi mal... interrompi a conversa né?

Eu: É!

Hippie-entrão: Então eu vou começar de novo...

Ai meu Deus!

E por fim, um último hippie...

Hippie: Oi! E aê? Tudo bom? Cêis num tão afim de adquirir uma de nossas artes?

Eu: Não, a gente curte umas coisas mais satânicas.

E o cara saiu vazado! Interessante isso... vou usar essa estratégia mais vezes...

* * *

3 – Amélia + Barbudos = Endora dando um apoio moral

Aí a gente foi pro Atari. E na hora que a gente subiu pra pista, começa a tocar “Regret”. Lembram? A música do CD que eu achei andando de madrugada na rua. Eu achei que tinha perdido esse CD, que ele havia desaparecido misteriosamente... mas ontem eu o encontrei no meio das coisas do meu irmão. Não há nada de sobrenatural nele...

Ok, tocou “Regret” e eu pulei muito. Tocou “Bruise Pristine” e eu pulei mais ainda. Tocou “Bigmouth Strikes Again” e eu quase tive um colapso nervoso. Tocou “There is A Light That Never Goes Out” e eu quase chorei. E tocou mais um tantão de música legal também que resultaram em muita dor na minha panturrilha hoje...

Momentos clássicos:

Casal se “comendo” no cantinho da pista...

Amélia e eu: “Estupra mas não mata! Estupra mas não mata! Estupra mas não mata!”

Desengonçado dançando como se tivesse tendo um ataque epilético:

Cello e eu: “Pula viadinho! Pula viadinho! Pula viadinho!”

Foi então que... eis que me adentra o local um barbudo de camisa listrada. E a Dona Amélia olha o barbudo. E a Dona Amélia pede para essa que vos escreve dar uma ajudinha básica... e lá vou eu falar com o sósia do Marcelo Camelo...

Eu: OI, TUDO BEM?

Barbudo: HEIN?

Eu: EU FALEI “OI, TUDO BEM”?

Barbudo: OI! TUDO!

Eu: ENTÃO... POSSO TE APRESENTAR UMA AMIGA?

Barbudo: UMA AMIGA? QUE AMIGA?

Eu: AQUELA ALI Ó!

Barbudo: NUM TÔ VENDO...

Eu: ENTÃO... É QUE ELA É TIMIDA... ELA TE ACHOU UMA GRAÇA, TE ACHOU SUPER BONITO... DESDE A HORA QUE VOCÊ CHEGOU...

Barbudo: FAZ ASSIM... DAQUI A POUCO EU VOU LÁ!

Eu: TÁ BOM! AÍ VOCÊ ME PROCURA! MEU NOME É ENDORA!

Barbudo: BELEZA!

E eu voltei e falei pra Amélia da minha conversa com o Barbudo...

Amélia: Duvido que ele vai vir aqui...

Mas... uns cinco minutos depois, o garoto me aparece lá enquanto eu tentava desesperadamente fazer meu isqueiro funcionar...

Eu: Merda de isqueiro...

Barbudo: Oi! É... Endora né?

Eu: Oooooi! Ó, essa aqui é a minha amiga, a Amélia da Cruiz!

Amélia: Oi...

E aí eles foram conversar, eu vi um abraço rolando bem na hora que tava tocando Belle and Sebastian e a frase do ano foi...

“Eu só vou em pico gótico”.

E ficamos a Dona Amélia e eu, imaginando aquele cabeludo barbudo, de camisa com listras verdes, dançando com a parede ao som de Sisters Of Mercy... no mínimo... BIZARRO! Mas a gente riu muito!

O legal foi que, o garoto era super meigo, muito doce... e é difícil você achar gente bacana assim numa balada onde só tem louco... e ele ainda foi se despedir da gente antes de ir... super cute!

O engraçado foi trombar com ele no metrô de novo... descobrimos que ele também toca bateria! A Amélia ficou pra descer no Ana Rosa e eu fui com ele e mais dois amigos dele que estavam junto fazer as baldeações que ainda me restavam... conversando depois com a Amélia pelo msn, ela me perguntou se eu havia pego o telefone dele ou algo assim... a monga aqui nem pensou nisso... me despedi deles no metrô e só.

E pra fechar com chave de ouro este fim de semana, digamos que eu, literalmente, morri no domingo: dormi das sete da manhã até às sete da noite...

Yeap! A gente é lazarento mas é limpinho, viu!