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27.2.06


Aprecio tanto o carnaval quanto uma visita de testemunhas de Jeová no portão da minha casa, às seis da manhã de um sábado. E meus pais, legais que são, foram viajar. Estou sozinha e sentindo muito a falta de uma presença masculina. É que apareceram umas baratas aqui em casa e, mesmo com o poderoso inseticida que acompanha-me por todos os cantos e da eficiência da minha pequena felina em matar tais seres peçonhentos, ficam os corpos espalhados e nestes, eu não encosto nem com reza braba. A solução foi eliminar a todos com a ajuda do meu aspirador de pó, coisa linda pessoal! Melhor invenção da humanidade!

Mas, voltando à presença masculina: não fosse por esse desconforto das baratas, talvez eu nem me desse conta de que um rapaz neste momento seria de bom grado. Mas, como disse a Danuza Leão, “homem ocupa espaço” e me restrinjo à minha solidão – que está sendo bem legal por sinal. A cada vez que fico abandonada em casa tenho a mais plena certeza de que serei uma pessoa muito feliz morando sozinha. Já descobri que o lixeiro passa às segundas, fui ao supermercado e até limpei a sala e a cozinha [que ficaram um nojo depois que reuni uns amigos aqui ontem]. Era lata de cerveja pra tudo quanto era lado, cinzeiros entupidos de bitucas de cigarro, caixas e mais caixas de pizza espalhadas pela mesa e restos sendo vorazmente consumidos pelas formigas. Uma caca...

Depois do dia de dona-de-casa e sem bagunça nem porra nenhuma para fazer, fui ler o jornal de ontem enquanto assistia à seleção dos 150 clipes da MTV, cuidadosamente distribuídos em três categorias: Porrada, Bizarros e Baladas. Já vi essa seleção umas quatro vezes. Bom mesmo foi quando eles colocaram aqueles 500 clipes, num outro carnaval aí. Nessa seleção de agora, eu já até sei que na categoria “Porrada” por exemplo, o número 38 é “Amerika” do Rammstein e esse eu até quero ver de novo. Foda é ligar a TV e ver "Remember You" do Skid Row. Dá até desânimo... Neste momento, ouço daqui do meu quarto o Sr. Bono Vox entoando seu “With Or Without You”. Aliás, perdi a minha fé nele depois que soube que ele cantou com a Ivete Sangalo e que gostou de ler Paulo Coelho.

No fim das contas, a gente entende que rockstar bom é rockstar morto.

Menos o Iggy Pop.