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21.8.04


HEY, HEY, HEY! A RIMA É O NOSSO FORTEEEE!!!

E aí, Chubidubas? Tudo bem? Fofolinos e Fofoletes, meu espírito de porco voltou!!!

Eu tive a pachorra de contar: eram 25 machos dentro daquele auditório assistindo ao treinamento. E só eu, ali, de mulher, com uma blusa cor de rosa e all star apoiado na poltrona da frente. Um programa de capacitação gerencial que a empresa estava fornecendo a seus escravos, digo, colaboradores, em plena Sexta-feira.

Eu nem sabia que ia participar disso, até chegar no escritório [atrasada como sempre] e ver meu chefe gritando da sala dele: “Endora, bora cá!”. Sim, sim, meus caros... o maluco é da Bahia e fala “Eu, mais fulano e mais beltrano”. Cheguei na sala e ele disse: “Tú vai parrrrrrticiparrrrrrr do treinamento!”

Depois de tão tenra notícia, peguei meu bloquinho de notas, minha vassoura... “E lá vamos nós!!!”

Num determinado momento, o diretor que estava ministrando o treinamento perguntou se alguém sabia o que era TPM. Aí, todos aqueles sacos de testosterona olharam pra mim, com aquelas risadinhas internas que não precisavam ser emitidas pra que eu soubesse que estavam ali, achando que eu REALMENTE ia associar tal sigla àquele período feminino.

Diretor: Vamos perguntar pra nossa mascote aqui da turma. Endora, você sabe o que é TPM? Olha lá o que você vai responder...

Todo Mundo: RA RA RA RA RA RA!!!

Maldita sociedade machista!

Eu: Total Productive Maintenance.

Aí eles fizeram silêncio.

E tem homem que ainda acha que é fácil ser mulher...

Na hora do almoço, eu encontrei o Sabugo. Ele trampa na GM e, pra quem não sabe, São Caetano do Sul é uma cidade sustentada por essa empresa... se um dia a General Motors sair de lá, quero ver se a cidade vai continuar sendo aquela que tem o melhor nível de vida do Brasil... A-han... Ok, voltando: A GM é perto do meu trabalho, eu encontrei esse traste e a gente foi almoçar junto. No meio da conversa, ele perguntou como é que eu tava, se eu tava namorando e tal. Falei pra ele que eu tava num chove-não-molha com o Eco. Três meses ficando e a tendência da coisa era de continuar assim...

Sabugo: Então ele não quer namorar com você?

Eu: É... eu acho que não...

Sabugo: Mas você quer namorar com ele?

Eu: Eu acho que seria legal... não sei...

Sabugo: Maria, sabe o que acontece? Mulher que nem você dá medo nos caras!

Eu: Nossa... eu sou tão feia assim?

Sabugo: Ow, sua cretina! Eu não tô falando disso! Tô falando que... sabe como é... a gente que é homem ainda não tá preparado pra mulher assim, sabe? A gente ainda não se adaptou muito bem à essa mudança no comportamento feminino...

Eu: . . .

Sabugo: Por exemplo: eu namoro há 6 anos. Nunca achei que a Susan pudesse me chifrar. Mas... de uns tempos pra cá, eu tô com medo de ser corno! Porque a mulherada tá muito independente, sabe? Tá chegando junto! E se aparece um cara sem barriga, musculoso e bronzeado dando em cima dela??? Eu sou branquelo, barrigudo, uso óculos... Sei lá... essas coisas preocupam a gente... A Susan tá toda dona-de-si agora que entrou na faculdade, que foi promovida no trabalho... tá foda...

Eu: . . .

Sabugo: E você, é 500 mil vezes pior que ela!!!

Eu: Sou?

Sabugo: Ah, Maria! Pensa bem: você trabalha, deve ter o salário maior que o de muito cara, tem seu carro, bebe, fuma... meu, pra você dar um perdido num indivíduo é dois palitos!

Eu: . . .

Sabugo: Quem que vai ser o louco de namorar com uma mina que pode até dar um pau nele?

Eu: Como assim, dar um “pau”?

Sabugo: Endora, você já bateu no Denis, lembra? Onde já se viu, uma mulher bater num cara...!

Eu: Mas foi só um chute e um soquinho... minha mão até ficou doendo depois...

Sabugo: Não interessa! Eu tenho medo de você! Eu jamais namoraria com você! Primeiro, porque eu teria de ser 10 vezes mais esperto na hora de PENSAR em fazer alguma coisa errada. Depois: eu ia ter mais medo ainda de ser corno. E por último: a única mulher que me bate nesse vida é minha mãe. E só.

Eu: Olha... e se eu te garantisse que eu nunca ia te bater?

Sabugo: Mesmo assim... ainda tem o lance de você ser muito “independentizinha” e isso aí num é legal naum...

Eu: Então... eu vou morrer solteira?

Sabugo: VAI!

Voltei do almoço desolada e pensando que nem quando eu estiver beirando os 30 e desesperada pra casar eu vou cogitar deixar de ser como eu sou por causa de algum indivíduo... Bom... pelo menos, se eu quiser ter um filho, eu peço o sêmen do Massa emprestado e faço uma inseminação artificial... Tenho certeza que ele seria um pai bacana e, vejam só! Nosso filho teria pais cujo relacionamento não se acabaria nunca, uma vez que somos amigos e não namorados! PERFEITO!

No fim do dia, logo depois que eu saí do escritório, o meu carro ferveu. Em menos de 2km a temperatura dele chegou a quase 130 graus e eu não tive outra alternativa... tive de ir lá no Gustavo, aka, Mecânico Psycho. Ainda bem que ontem eu tava largadona. Como sempre, ele fez um furdúncio na hora que eu cheguei, beijou minha mão e tudo... só que ele deveria estar muito ocupado MESMO dessa vez e deixou um pivetinho lá chamado Lino pra me atender. Aliás, quando eu fiquei sabendo que o nome dele era Lino, eu não resisti e falei que só ia chamá-lo de FOFOlino... rs...

Enfim... o carro ficou lá de ontem pra hoje e eu fiquei com cem pilas a menos na minha conta bancária. Meu carro tá sem o alarme também. Tudo esquentou TANTO que derreteram uma meia dúzia de fusíveis e mais uma série de coisas que eu não entendo... o Fofolino até me deu uma plaquinha cheia de fios e tals... mesmo com toda a explicação dele, eu olho pra aquele negócio e sinto como se eu estivesse lendo qualquer coisas no dialeto Kinglon!

Hoje, na hora de ir embora, eu fui pagar o serviço e o Gustavo saiu de uma sala onde ele tava dando um curso e veio me perguntar se eu já ia mesmo. ÓBVIO que eu falei que sim! Aí ele me ofereceu um café que eu só aceitei depois dele insistir umas dez vezes! Tomei o café meeeeeega rápido e me despedi. Aí, na hora que eu cheguei aqui em casa, decidi dar um trato no carro. E achei um envelope no porta-luvas.

“Eu não sou muito bom em escrever porque eu escrevo pouco mesmo. Eu só sei consertar carros mesmo. E eu sei que uma moça tão bem arrumada como você nunca que ia querer saber de um cara todo sujão como eu. Mas eu queria dizer que eu acho você muito bonita e muito inteligente. E queria dizer que você tem tomado conta de muitos pensamentos que eu tenho. E queria te falar que eu sempre espero você vir aqui. E que se um dia você quiser, eu queria dar um beijo em você. Mesmo que fosse só no rosto.”

Imaginem uma expressão... mais ou menos assim:

Eu, olhos arregalados, boca aberta, mão direita segurando a carta e a esquerda tapando a boca.

Minha mãe apareceu, me olhou com aquela expressão e disse:

Mamãe Endora: Ai, filha! Vai me dizer que o rapaz cobrou mais caro que os cem reais??? Cobrou, filha???