15.7.04
A CONTA, POR FAVOR
Eu tava fumando agora, lá fora. E toda vez que eu fumo, assim sozinha, é inevitável começar a pensar em uma série de coisas.
Eu tava pensando agora que, Segunda-feira, lá estarei eu, novamente, naquele escritório, com as mesmas pessoas, com o mesmo trabalho, com a mesma rotina. Fiquei 20 dias em casa, de férias. E não fiz absolutamente porra nenhuma. Saí algumas vezes, toquei com os caras da banda, não pude viajar pra Brasília como eu queria porque tava numa busca incansável de um novo emprego.
Mas... pra quê um novo emprego? Pra viver as mesmas coisas, só que num ambiente diferente? Pra fazer as mesmas coisas, só que em uma mesa diferente? Pra responder pra outros chefes, tão ou mais filhos da puta como o que eu tenho?
Foi aí, meus caros, que eu comecei a fazer uma coisa que... sinceramente, não recomendo a ninguém fazer por se tratar de algo muito doloroso... Eu me perguntei: “O que é que eu quero dessa vida?”.
Eu passei anos e anos da minha adolescência achando que ia ser jornalista, uma vez que eu sempre adorei escrever. Prestei vestibular numa faculdade importante e até passei. Fiz um semestre. Me decepcionei de uma tal maneira que, não sei porque cargas d´água eu fui fazer Administração de Empresas.
Confesso que eu fiquei um tanto empolgada quando, no meio do curso, começaram a aparecer estágios bacanas e que pagavam relativamente bem. Achei que eu não fosse passar do primeiro ano mas até que não me saí tão mal. Consegui, inclusive, me formar.
Vi meus pais orgulhosos, dizendo para todo mundo que a filha havia terminado a faculdade, vi o meu nome com letras bonitas no certificado de conclusão e... pra quê tudo isso?
Entendi, portanto, que eu não sou boa em nada e que me formar aos trancos e barrancos como eu me formei, não era digno de mérito nenhum. Não era porque eu aprendi muito mais sobre cerveja do que sobre qualquer outra coisa que eu pudesse ser realmente útil. Sei usar uma calculadora financeira, calcular juros, sei fazer média ponderada, sei o PIB brasileiro, taxa Selic e... e agora?
Eu sempre me destaquei muito mais por inventar os textos dos meus trabalhos do que em fazer pesquisa. Sempre me destaquei muito mais fazendo os desenhos que iam pras minhas apresentações do que mostrando o conhecimento [que eu não tinha] sobre o assunto no qual eu dissertava. Sempre me destaquei muito mais brigando em sala de aula, ou nos DCE´s e DA´s da vida do que olhando pro meu próprio umbigo e me questionando o porquê de tudo aquilo.
Não sou tão boa nos desenhos quanto gostaria. Não sou tão boa em escrever como eu gostaria. Não me destaco em nada e não tenho nada de célebre na minha história. Sinto que sou um tanto fracassada nas minhas aspirações profissionais e pessoais.
Não consegui fazer com que meu ex me amasse de verdade. Não consegui fazer com que o Eco gostasse de mim de verdade. Não toco bateria nada bem. Nunca fui a gostosa da faculdade. Nunca fui popular. Nunca fui a mais inteligente. Eu sempre tava ali, na linha do meio...
Eu não tenho sacadas geniais. Eu não sou sarcástica. Muito menos engraçada. Não, não sou divertida como às vezes aparento ser neste blog. Sou na verdade, muito é da mal humorada.
Sinto que falhei em quase tudo o que eu fiz. E, refletir sobre o que eu fiz, faço ou pretendo fazer da minha vida, é algo muito triste, porque eu me sinto sem perspectivas.
Quando eu achei que as coisas iam ficar bem, sei lá por qual motivo, caiu mais fermento no meu bolo e ele desandou. Tá um vazio aqui dentro, uma desesperança, uma vontade de largar tudo e dormir até o ano que vem, quem sabe.
Talvez, tudo isso tenha sido desencadeado pelo fato de eu ter tido aquela conversa com o Eco. Foi muito triste, difícil e ainda tem sido. Eu sinto a falta dele, queria conversar com ele, queria que ele estivesse do meu lado pra gente falar as bobeiras que sempre falamos ou talvez, discutir sobre música ou questões politicamente corretas [ou não]. Eu queria que as coisas fossem diferentes. Que elas fossem como eu achava que seriam quando eu era criança.
Porque eu nunca quis muito.
O que eu queria era que a felicidade não fosse um estado momentâneo. E sim, uma situação constante do ser.
E se o mundo fosse um grande boteco, que eu pudesse pedir a conta agora e encerrar tudo, por aqui mesmo.
Eu tava fumando agora, lá fora. E toda vez que eu fumo, assim sozinha, é inevitável começar a pensar em uma série de coisas.
Eu tava pensando agora que, Segunda-feira, lá estarei eu, novamente, naquele escritório, com as mesmas pessoas, com o mesmo trabalho, com a mesma rotina. Fiquei 20 dias em casa, de férias. E não fiz absolutamente porra nenhuma. Saí algumas vezes, toquei com os caras da banda, não pude viajar pra Brasília como eu queria porque tava numa busca incansável de um novo emprego.
Mas... pra quê um novo emprego? Pra viver as mesmas coisas, só que num ambiente diferente? Pra fazer as mesmas coisas, só que em uma mesa diferente? Pra responder pra outros chefes, tão ou mais filhos da puta como o que eu tenho?
Foi aí, meus caros, que eu comecei a fazer uma coisa que... sinceramente, não recomendo a ninguém fazer por se tratar de algo muito doloroso... Eu me perguntei: “O que é que eu quero dessa vida?”.
Eu passei anos e anos da minha adolescência achando que ia ser jornalista, uma vez que eu sempre adorei escrever. Prestei vestibular numa faculdade importante e até passei. Fiz um semestre. Me decepcionei de uma tal maneira que, não sei porque cargas d´água eu fui fazer Administração de Empresas.
Confesso que eu fiquei um tanto empolgada quando, no meio do curso, começaram a aparecer estágios bacanas e que pagavam relativamente bem. Achei que eu não fosse passar do primeiro ano mas até que não me saí tão mal. Consegui, inclusive, me formar.
Vi meus pais orgulhosos, dizendo para todo mundo que a filha havia terminado a faculdade, vi o meu nome com letras bonitas no certificado de conclusão e... pra quê tudo isso?
Entendi, portanto, que eu não sou boa em nada e que me formar aos trancos e barrancos como eu me formei, não era digno de mérito nenhum. Não era porque eu aprendi muito mais sobre cerveja do que sobre qualquer outra coisa que eu pudesse ser realmente útil. Sei usar uma calculadora financeira, calcular juros, sei fazer média ponderada, sei o PIB brasileiro, taxa Selic e... e agora?
Eu sempre me destaquei muito mais por inventar os textos dos meus trabalhos do que em fazer pesquisa. Sempre me destaquei muito mais fazendo os desenhos que iam pras minhas apresentações do que mostrando o conhecimento [que eu não tinha] sobre o assunto no qual eu dissertava. Sempre me destaquei muito mais brigando em sala de aula, ou nos DCE´s e DA´s da vida do que olhando pro meu próprio umbigo e me questionando o porquê de tudo aquilo.
Não sou tão boa nos desenhos quanto gostaria. Não sou tão boa em escrever como eu gostaria. Não me destaco em nada e não tenho nada de célebre na minha história. Sinto que sou um tanto fracassada nas minhas aspirações profissionais e pessoais.
Não consegui fazer com que meu ex me amasse de verdade. Não consegui fazer com que o Eco gostasse de mim de verdade. Não toco bateria nada bem. Nunca fui a gostosa da faculdade. Nunca fui popular. Nunca fui a mais inteligente. Eu sempre tava ali, na linha do meio...
Eu não tenho sacadas geniais. Eu não sou sarcástica. Muito menos engraçada. Não, não sou divertida como às vezes aparento ser neste blog. Sou na verdade, muito é da mal humorada.
Sinto que falhei em quase tudo o que eu fiz. E, refletir sobre o que eu fiz, faço ou pretendo fazer da minha vida, é algo muito triste, porque eu me sinto sem perspectivas.
Quando eu achei que as coisas iam ficar bem, sei lá por qual motivo, caiu mais fermento no meu bolo e ele desandou. Tá um vazio aqui dentro, uma desesperança, uma vontade de largar tudo e dormir até o ano que vem, quem sabe.
Talvez, tudo isso tenha sido desencadeado pelo fato de eu ter tido aquela conversa com o Eco. Foi muito triste, difícil e ainda tem sido. Eu sinto a falta dele, queria conversar com ele, queria que ele estivesse do meu lado pra gente falar as bobeiras que sempre falamos ou talvez, discutir sobre música ou questões politicamente corretas [ou não]. Eu queria que as coisas fossem diferentes. Que elas fossem como eu achava que seriam quando eu era criança.
Porque eu nunca quis muito.
O que eu queria era que a felicidade não fosse um estado momentâneo. E sim, uma situação constante do ser.
E se o mundo fosse um grande boteco, que eu pudesse pedir a conta agora e encerrar tudo, por aqui mesmo.




