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25.2.04


AH! E EXISTEM TEORIAS FORNOCKIANAS, SIM...

E aí eu percebi que legal mesmo é fazer posts engraçadinhos sobre coisinhas banais porque quando você resolve explorar o lado mais obscuro da sua vida... recebe lição de moral via comments.

* * *

Então, eu fui assistir TV e me deparei com um “E! True Hollywood Stories” da Cher. Vocês sabiam que ela deu pro Warren Beauty quando tinha apenas sixteen? Bah! Ele nem era tão bonito assim... se eu fosse ela, tinha ido atrás de um dos Beatles, isso sim!

Então, no intervalo eu dei mais um rolê de canais e vi um tal de Bruno, cineasta novo, dando uma entrevista em um programa sobre cinema na TV Senac. Sim, pois aquele era realmente um programa sobre cinema e não aquela coisa ridícula apresentada pela Marina Person na MTV. Até porque, nada me tira da cabeça que aquele programa nada mais é do que uma forma de promoção para o público adolescente de toooooodos esses filmes comerciais que estão estreando a cada fim de semana...

Então, o cara tava contando que o filme que ele tava exibindo era o TCC dele... olha que máximo! O TCC do cara era um filme de 35mm!!! E pensar que o meu TCC foi um projeto de consultoria que eu nem sei se vai sair do papel. Além de ter sido mega chato de fazer. É por isso que eu digo, mais uma vez: EU TENHO DE LARGAR ESSA VIDA MERCENÁRIA E IR VIVER DE ARTE! Seja ela qual for! Quadrinhos, livros, cinema...

Eu poderia ser roteirista de cinema... é! Poderia juntar uns amigos doidos e fazer um filme altamente independente, daqueles com orçamento baixíssimo e que se tornaria o mais assistido de salas como as do Espaço Unibanco... blé! Odeio esse way of life cretino de pseudo-intelectuais...

Sim, porque eu queria adorar toooooodos os filmes que passam em salas da UCI ou do Cinemark... e gostar de bandas como Detonautas e CPM22... assistir Fantástico, Jornal Nacional e depois, me sentir a pessoa mais bem informada do planeta por saber a diferença entre produtos diets e lights.

Mas não. Eu assisto TNT Independente e tenho de ouvir coisas como: “Nossa! Você tá chata como a minha professora de história!”. Adivinhem quem disse essa frase? Uma dica: começa com “For” e termina com “Nocker”...

Então eu pensei: “será que eu tô chata mesmo?”

Eu: Por que você acha que eu tô chata?

Fornocker: Muito simples: você gosta de bandas que ninguém conhece, curte seriados de TV que pessoas normais não entendem, assiste filmes que eu nem cogitaria em ver o trailer...

Eu: Tudo bem. Já entendi.

Fornocker: Você já está na escala 3 de chatice. Cuidado para não chegar na 5!

Eu: E chatice tem escalas?

Fornocker: Mas é claro que tem!

Foi então que eu tive uma grande aula de cultura inútil, aka, “Graus de chatice – by Fornocker”:

Fornocker: O primeiro estágio é o da professora de história do segundo grau. Ela estudou alguma coisa na faculdade que a faz pensar que é melhor que qualquer um dali. Ela é revoltada, às vezes comunista, tem a certeza que ainda vai presidir uma ONG contra os fuckin’ USA mas, no fundo no fundo, ela come no Mc Donald´s. E o pior: quer fazer com que você acredite em tudo isso...

Eu: Interessante...

Fornocker: Depois, vem o segundo estágio: o da namorada psicótica. Ela acha que você a está traindo a todo instante. [E às vezes, por falar tanto, até você acaba acreditando...]. Ela te inferniza se você esquece que hoje faz 3 meses que você deu uma florzinha pra ela... te faz ouvir coisas como “Daniel” e “Leonardo”. Faz você ir ao shopping com ela ficar horas e horas em busca do sapato perfeito... te faz ir ao cinema assistir “Como perder um homem em dez dias”. Te envergonha na frente dos seus amigos te chamando de “Fufuchinho”...

Eu: Você já teve alguma namorada assim?

Fornocker: Não. Mas eu já fiquei com uma menina assim...

Eu: Ainda bem que você nunca me apresentou...

Fornocker: Aí, vem o estágio três, que é aquele no qual você se encontra... aliás, eu o elaborei, inspirado em você...

Eu: Assim como os outros em que você se inspirou na sua professora e no seu casinho de porta de escola? Nossa... mal posso esperar pra saber...

Fornocker: É o estágio da irmã pseudo-culta. Veja só: você se encaixa direitinho nesse perfil. A chatice da irmã pseudo-culta se desenvolve em, basicamente, três aspectos: gosto musical, gosto literário e gosto televisivo. A irmã pseudo-culta tem livros de Sheakspeare e Dostoievski na mesma estante em que se encontram Paulo Coelho e Sidney Sheldon...

Eu: A-han...

Fornocker: ...ela gosta de Placebo, Violent Femmes e blás blás blás, mas solta gritinhos histéricos quando vê o Bryan Adams na MTV e sabe a letra todinha da música do Darkness...

Eu: Claro...

Fornocker: ...assiste TNT Independente mas não perde um Big Brother...

Eu: Tá bom, tá bom... já entendi...

Fornocker: Peraê! Eu não terminei...

Eu: Nem precisa...

Fornocker: Mas ainda tem o estágio quatro, que é o da “mãe neurótica” e o cinco, que é o da “sogra mal-amada”...

Eu: Fornocker... eu acho que você poderia voltar com o seu blog e colocar toooooda essa sua teoria lá...

Fornocker: Eu não quero mais ter blog...

Eu: Ah é? Por quê?

Fornocker: Porque blog é coisa de pseudo-intelectual-metido-a-nerd e eu sou povão. Eu sou atitude! Meu negócio é ir pra rua! Fazer acontecer! E não ficar falando... tipo... igual naquela música do Charlie Brown que...

Eu: Ok! Ok! Não se fala mais nisso! Não quero ouvir as suas citações de versos meia-boca de bandinhas adolescentes...

Fornocker: Viu como você é chata!?

Ah... esse conflito de gerações é o que me inspira a viver...